O meu filho é tão baixinho

“O meu filho vai ser baixinho, doutor?” pergunta o pai do Paulo na consulta do pediatra. Para saber se a criança é ou não baixa o médico pesa-o, mede-o e compara o seu tamanho com os das crianças da sua idade. O médico considera que uma criança é baixa quando a sua curva de crescimento se situa no limite inferior da normalidade: o percentil 3 (que indica que 97 % das crianças são mais altas que ele).

Por que está no percentil 3?

Quando uma criança está no percentil 3, o médico mede-o a cada seis ou doze meses para observar se se mantém nesse percentil ou se baixa ainda mais, e procurar a causa.

Cerca de 15 % das crianças baixas tem défice de secreção da chamada hormona do crescimento ou algum transtorno (insuficiência renal crónica, uma doença que provoca a má absorção dos nutrientes dos alimentos, atrasa o crescimento intra-uterino, etc.) que as impede de crescer mais. Mas 85% por cento são baixas simplesmente porque os seus pais também o são. Têm um factor hereditário que determina a sua estatura.

Podemos influir na sua altura?

Para conseguir que a criança alcance a máxima estatura permitida pelos seus genes deve ter um estilo de vida saudável: fazer uma dieta equilibrada, praticar exercício físico de forma regular, dormir o suficiente e prevenir doenças na medida do possível. Ainda que mantenha esses bons hábitos, isso não lhe permitirá superar a altura que tem marcada nos seus genes, mas evitará que cresça menos do que é devido.

Para além de tomar essas medidas, não podemos fazer mais nada para que o nosso filho seja mais crescido. Administrar-lhe a hormona do crescimento sem haver necessidade tem efeitos secundário importantes. Por isso esta hormona apenas é recomendada às crianças que têm um défice na sua produção, primário ou devido a outra doença.

Muitas crianças baixas demoram a dar o “salto” na adolescência, mas acabam por crescer de repente e em adultos têm uma altura normal.

TU VALES MUITO

Se o médico conclui que a baixa estatura da criança não se deve a um problema físico, há que aceitar que é uma criança baixa, mas saudável e normal. Porém, devemos evitar fazer comentários negativos sobre o seu desenvolvimento que podem provocar-lhe falta de confiança em si mesmo. Não se esqueçam de festejar a suas conquistas e manifestar-lhe que se sentem orgulhosos dele ser tal como é. Segundo estudos realizados nos Estados Unidos, as crianças baixas sentem-se tão seguras e capazes como as altas se não perceberem nos pais a sensação de frustração devido à sua estatura.