É um dos vírus causadores de gastrenterite aguda. O contágio é fácil, mas prevenível com medidas de higiene.
O rotavírus foi um dos primeiros vírus identificados como causadores de gastrenterite aguda. A infeção pelo rotavírus predomina entre os seis meses e os dois anos, sendo neste grupo o principal causador de gastrenterite grave em todo o mundo. Nos países de clima temperado, como Portugal, é mais frequente nos meses de inverno, mas nos países tropicais ocorre durante todo o ano. O contágio é fácil e parcialmente prevenível pelas adequadas medidas de higiene das mãos, especialmente nas creches e infantários onde os surtos de gastrenterite não são raros.
Menos de 48 horas após contacto, a criança inicia diarreia sem sangue, que é frequentemente abundante e se acompanha de vómitos e febre, mais do que noutras causas de gastrenterite. Desta forma, o risco de desidratação existe, e uma parte das crianças com infeção pelo rotavírus é internada para hidratação com soro − habitualmente por serem incapazes de repor os líquidos perdidos com as fezes pela ingestão de soros de hidratação oral. A desidratação é a consequência mais habitual. Nos países com bom acesso aos cuidados de saúde a mortalidade é praticamente inexistente, ao contrário dos restantes onde é causadora importante da morte de muitas crianças.
A gastrenterite a rotavírus, como tantas outras infeções virais, acaba por resolver espontaneamente, durando em média oito dias. Os cuidados com a gastrenterite, independentemente de ser ou não provocada pelo rotavírus, pretendem garantir que a criança permanece hidratada durante o período de doença. Assim, importa repor pela boca os líquidos perdidos pelas fezes, sob a forma de soros de rehidratação oral. Medicamentos como o racecadotril ou alguns probióticos (Saccharomices boulardii ou Lactobacillus GG) têm vindo nos últimos anos a mostrar-se úteis na diminuição da diarreia, apesar do seu uso não ser recomendado em todas as crianças pelas principais sociedades científicas de gastrenterologia pediátrica.